Engana-se quem pensa que a realidade virtual se limita ao cinema e à indústria de games, pois ela está sendo utilizada também como ferramenta para salvar vidas.
As aplicações da realidade virtual na medicina são inúmeras e têm promovido grande avanço no tratamento de fobias, dores e transtornos psicológicos, entre outros.
Nesse artigo, vamos explicar brevemente como essa fantástica tecnologia está revolucionando a medicina. Preparado? Acompanhe-nos!
Realidade Virtual como terapia
O conceito de realidade virtual (VR) engloba a criação, em computador, de um ambiente virtual com o qual o usuário pode interagir em tempo real, podendo ficar totalmente mergulhado nessa experiência.
Para proporcionar essa experiência em realidade virtual, são utilizados alguns dispositivos como óculos VR, headsets, controles (joysticks) e sensores.
Os capacetes, ou headsets, durante a experiência de imersão, têm a finalidade de isolar o usuário do mundo real para que ele não possa ver nem ouvir nada além do que está se passando na realidade virtual. Eles são compostos de óculos e fones de ouvido.
Para capturar os movimentos das mãos do usuário, luvas com sensores e joysticks especiais são utilizados na interação com os ambientes virtuais. Também é por meio deles que se pode tocar e mover objetos na VR.
Com um tipo de interação cada vez mais realista e em tempo real, o desenvolvimento dessa tecnologia acompanha o vertiginoso progresso recente das tecnologias computacionais.
Nesse cenário, a realidade virtual já é usada em diversas aplicações no ramo da medicina, tendo em vista que com ela é possível testar procedimentos e exercitar práticas e técnicas cirúrgicas sem correr quaisquer riscos.
Dessa forma, a VR tem ajudado médicos e cirurgiões em sua formação e prática, no tratamento de pacientes, como atividade terapêutica, nas aulas dos cursos de medicina (em que partes da anatomia humana são projetadas para os alunos em realidade virtual), entre outras utilidades.
Tratamento de fobias
A Duke University School of Medicine, localizada no estado estadunidense da Carolina do Norte, é uma das instituições pioneiras no uso de imersão em ambiente de realidade virtual para tratamento de fobias.
A pesquisa dos psiquiatras dessa universidade consiste em colocar virtualmente os pacientes em situações que lhe causam a fobia. Por exemplo, claustrofóbicos são expostos a ambientes fechados e pessoas com medo de altura são postas no alto de um prédio. Tudo isso em ambientes simulados utilizando interfaces de realidade virtual.
Dessa forma, essas experiências podem ser vividas em ambientes controlados, privados e podem ser repetidas sempre que necessário, libertando assim o paciente da ameaça psicológica representada pelos objetos da sua fobia.
Tratamento de dores crônicas
No tratamento de dores crônicas, terapias com realidade virtual têm se saído melhor, em alguns casos, até mesmo do que o uso de analgésicos mais potentes, como a morfina.
Com esse propósito, a VR é usada em pacientes em tratamento de queimaduras graves, que durante o tratamento sentem dores muito fortes. Essas dores os acompanham durante todo o processo de cura das feridas e até mesmo da fisioterapia.
A ajuda para esses pacientes vem de um game em realidade virtual, o SnowWorld, criado na universidade de Washington.
Imergidos na experiência VR do jogo, o paciente precisa arremessar bolas de neve em pinguins em um ambiente virtual gélido. Isso, por incrível que pareça, acaba ajudando a inibir consideravelmente a percepção psicológica da dor que os pacientes sentem.
Tratamento de autistas
Na Universidade do Texas, pesquisadores estão desenvolvendo um software VR que ajudará pacientes autistas a desenvolverem sua sociabilidade.
No treinamento VR do projeto, o que é simulado é a interação com pessoas em ambientes em situações diversas, como uma entrevista de emprego, por exemplo.
Concomitante à experiência de imersão nessas situações, há também o monitoramento da atividade cerebral dos pacientes.
Os resultados da pesquisa têm se mostrado promissores, com o aumento da atividade nas áreas do cérebro dos pacientes autistas que respondem pela compreensão social.
Combate ao stress pós-traumático
Alguns tratamentos tradicionais do stress pós-traumático funcionam com base na exposição ao fato traumático, para que as memórias que desencadeiam os surtos sejam ressignificadas.
É nesse aspecto que a realidade virtual pode ajudar bastante os pacientes que sofrem desse mal.
A denominada Terapia de Exposição com tecnologia de realidade virtual, por meio da imersão em VR, proporciona ao paciente o contato multissensorial com sua memória traumática, ajudando-o a confrontar, desconstruir e superar seu medo condicionado.
Soldados que voltaram do Iraque com sequelas psicológicas foram submetidos à terapia de realidade virtual.
Os resultados obtidos nesse estudo, realizado pela Universidade da Califórnia do Sul, em Los Angeles, foram expressivos: melhora dos pacientes em até 80% dos casos.
Para isso, os pesquisadores dessa universidade recriaram em VR os ambientes nos quais os soldados sofreram traumas na guerra para que estes pudessem interagir virtualmente com esses cenários sem riscos reais.
As cenas retratadas foram criadas pela equipe com base nos relatos de guerra dos próprios soldados.
Treino cirúrgico
Essa técnica é um passo para substituir o treinamento corrente dos cirurgiões que até os dias atuais é predominantemente feito com corpos conseguidos nos institutos médicos.
Posteriormente, nos procedimentos atuais, os futuros cirurgiões passam a acompanhar cirurgias reais, que são conduzidas por médicos experientes. Mas a realidade virtual está prestes a mudar esse processo.
Utilizando avançados dispositivos, grandes universidades do mundo, como Stanford, já utilizam simuladores de cirurgia em VR em práticas didáticas para a formação de seus alunos.
Esse método tem sido bem-aceito por não oferecer quaisquer riscos. Além disso, o nível de detalhamento e realismo dos softwares de simulação permitem um treinamento muito eficaz.
Outra tendência para um futuro próximo da utilização de realidade virtual nas salas de cirurgia é a telecirurgia. Essa tecnologia permite aos médicos operar à distância por meio de robôs remotamente controlados.
Com esse método, os médicos dão os comandos em um ambiente de realidade virtual e os robôs executam a cirurgia com movimentos até 100 vezes mais sensíveis que os dos humanos.
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