Cerca de 15% de todos os casos de câncer de mama são do tipo triplo-negativo. Ele é considerado o tumor mais agressivo e também o único que não possui ainda um tratamento específico.
Nesta quarta-feira (13) foi publicado pela revista “Science Translational Medice” um estudo onde pesquisadores afirmaram que descobriram um potencial alvo para bloquear a proliferação de células cancerígenas em pacientes diagnosticados com triplo-negativo. O alvo em questão seria a proteína JAK2.
O grupo de pesquisadores realizaram um sequenciamento genético que mostraram que pacientes com câncer triplo-negativo resistentes ao tratamento de quimioterapia apresentavam alterações no gene JAK2, responsável por codificar a proteína de mesmo nome. Nesse mesmo grupo de pacientes, os cientistas identificaram com maior frequência uma amplificação do JAK2.
Ou seja, pacientes com essa alteração tinham um maior risco de tumores agressivos e um resultado pior ao tratamento tradicional.
Concluíram então os pesquisadores que, o JAK2 seria sim um forte candidato a ser alvo em terapia contra esse tipo de câncer. Um inibidor de JAK2 foi testado em camundongos, e nesses os testes foram bem-sucedidos em comparação aos testes com quimioterapia padrão.
Vladmir Cláudio, oncologista do A.C. Camargo Cancer Center, afirmou que já existem medicamentos inibidores de JAK2 e que já são usados em outras doenças, como a mielofibrose, um tipo de câncer do sangue. “A hipótese é que, para esse subgrupo que tem amplificação desse gene, eventualmente usar um inibidor de JAK2 pode ser uma estratégia terapêutica interessante”.
A descoberta de um potencial alvo no tratamento contra esse tipo de câncer é considerada um avanço. “É uma porta que se abre em um cenário de uma doença que não tem opções alternativas”, finalizou o oncologista Vladimir Cláudio.
Fonte, G1.
